Quando olho para trás sinto que passei incólume a uma gravidez. Nunca tive enjoos, más disposições, vómitos, desejos, nada. A minha gravidez resumiu-se à barriga a crescer, a crescer e a crescer durante 39 semanas.
Só soube que estava grávida através do teste pois não havia qualquer indício de uma gravidez, nenhuma alteração que pudesse indicar uma gravidez. Deixei de fazer as minhas corridas, nessa altura estava numa forma razoável, corria durante uma hora ou até um pouco mais. Quando soube da gravidez deixei de o fazer pois achei que longas distâncias podiam não ser saudáveis, o que a médica veio mais tarde a confirmar. Foi aí que os meus amigos e companheiros de corrida começaram a desconfiar que o nosso grupo ia aumentar.
Durante as 12 semanas iniciais não contámos a ninguém, guardámos a felicidade toda dentro do peito, guardámos os receios e os medos só para nós, foi como se estivéssemos 12 semanas em apneia. Na consulta das 12 semanas confirmámos que tudo corria bem, o nosso pingarelho estava cheio de saúde, a crescer normalmente, apesar de ainda ser minúsculo. Nesse dia enchemos o peito de ar e começámos a contar ao mundo que uma vida pequenina crescia na minha barriga.
Daí para a frente começámos a fazer alguns planos, poucos que ainda faltava muito tempo e não queríamos agoirar. Na verdade acho que ainda não tínhamos caído em nós.
Na ecografia das 20 semanas (imagem abaixo) ficámos a saber que o bebé era menina, não havia dúvidas, ia ser uma Leonor. Foi aí que a avó se meteu no shopping mais próximo e começou o seu arraial de compras para a neta.
Ecografia das 20 semanas
Leonor às 23 semanas
Depois de um fim de semana na Madeira, por volta das 24 semanas achei que poderia estar com contracções e fomos de repente à Urgência da Maternidade só para nos certificarmos que tudo estava bem, não gosto de dormir com o coração apertadinho. Depois de me observarem e fazerem todos os testes necessários viemos para casa tranquilos, a nossa Leonor estava tranquila na barriga e assim ia continuar. Aquela Urgência merece uma palavra de apreço, das poucas vezes que lá fui, fui sempre muito bem atendida, com calma, paciência e sobretudo com descontracção.
Começámos devagarinho a comprar algumas coisas que seriam necessárias. Aos poucos começámos a ter lençóis, bodies, toalhas de banho, conjuntos de recém-nascido e toda a indumentária que iria ser necessária aquando do nascimento da nossa pequena flor.
Às 28 semanas comecei mesmo a ter algumas contracções ritmadas e o médico de família achou seguro meter-me em casa de baixa, não precisava de passar o tempo todo deitada, precisava só de descansar.
Leonor às 28 semanas
Numa consulta com a obstetra ao ouvir o coração da Leonor,a médica achou que ela poderia ter uma arritmia fetal, ficámos preocupados mas confiantes que tudo estaria bem, o que se confirmou na semana seguinte.
Na ecografia das 30 semanas, a médica que estava a fazer a ecografia achou que a Leonor estava com pouco peso para a idade gestacional. Quando perguntei à médica o que devia fazer para a minha princesa engordar ela só me disse para dormir a sesta, conselho que me agradou bastante e que cumpri à risca. Quatro semanas depois repeti a ecografia e a Leonor estava linda e com o peso adequado.
Leonor às 30 semanas
Durante todo o tempo dentro da barriga, a Leonor nunca se virou de cabeça para baixo, esteve sempre em posição pélvica, e por esse motivo a médica marcou a cesariana para as 39 semanas, não fosse dar-se o caso de ela começar a dar sinais de querer nascer e depois ter de ser feita uma cesariana de urgência. Ficou então marcado para dia 12 de Maio de manhã, sendo que devia ir de véspera para ser internada e passar lá a noite.
Leonor às 39 semanas