12 de Maio será para sempre a data mais marcante no meu calendário, foi o dia em que veio ao mundo a minha princesa.
À medida que se aproximava a data prevista do parto e se confirmava que a Leonor estava em posição pélvica (de cabeça para cima) ia-me mentalizando para que ela nascesse de cesariana. A cesariana foi marcada para dia 12 de Maio de manhã, pelo que a obstetra me mandou ir para a Maternidade para me internar na véspera ao fim da tarde, domingo. Ainda passei o fim de semana em casa dos pais, mas no domingo cheguei a casa, peguei nas malas (a minha e a da Leonor), passei pelo café para comer um gelado e “despedir-me” dos amigos e lá fui ver se me internava no lugar que iria ser a nossa casa durante uns dias.
Passei a cerca de hora e meia que durou a cesariana na expectativa, a falar com a anestesista e com as enfermeiras, todas detentoras de uma simpatia fora de série, enquanto a minha obstetra fazia o que de melhor sabe: fez nascer a minha criança.
A Leonor nasceu cheia de saúde (o índice de Apgar confirmou, 9 e 10), 3,400Kg de gente, 47 cm de amor puro, linda como uma flor e cheia de vida.
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Assim que ma tiraram da barriga vi-lhe um bracinho e a cabeça, depois levaram-na para observar e vestir. Daí a pouco colocaram-na junto à minha cara para nos conhecermos uma à outra e ali estivémos durante um tempo que não consigo contabilizar a estabelecer uma ligação diferente daquela que tínhamos, agora com ela do lado de fora, o nosso primeiro momento a duas.
Durante esse primeiro dia não me pude mexer, estive sempre deitada e o pai encarregou-se de tratar da Leonor, desde mudar fraldas a metê-la junto a mim para mamar, ou segurá-la ao colo se ela chorava. É difícil lembrar-me dos pormenores desse primeiro dia, foram muitas emoções juntas para gerir, aprender a conhecer a minha menina e ela a mim, processar tudo enquanto o meu corpo ainda reagia à recente operação e ao efeito da anestesia.
Nesse dia soube que nunca mais o meu coração iria estar tranquilo porque o meu coração estava ali, fora do meu corpo. Ser mãe não se explica, sente-se.
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